Asas: Ambientes Saudáveis Ampliam Saberes - Clube Ciência Viva no Agrupamento de Arga e Lima

No ano de 2007 foi desenvolvido um projeto na escola (vencedor da 5a edição do concurso de ideias Ciência na Escola - Fundação Ilídio Pinho) que permitiu a construção de um referencial da biodiversidade de borboletas da região, constituindo um contributo para a avaliação da qualidade ambiental da região.

Contando com a mobilização de uma parcela significativa da comunidade, culminou com o registo de 29 espécies, contribuindo para a erradicação dos desertos de informação faunística de borboletas em Portugal e especificamente na nossa região.

A relevância das borboletas surge pelo facto de serem um grupo de organismos bioindicadores privilegiados nos programas europeus de monitorização de alterações ambientais, como por exemplo nos estudos das alterações climáticas. A sua biodiversidade permite inferir sobre o funcionamento do ecossistema em estudo e possuem um enorme potencial como ferramentas na Biologia da Conservação.

Partindo do trabalho desenvolvido em 2007, considera-se de grande relevância dar continuidade ao trabalho de investigação faunística (fotografia, recolha, tratamento e catalogação de espécimes) e à determinação dos parâmetros físico-químicos dos ecossistemas, ajustando saberes e tecnologias, e cujos resultados permitirão atualizar o quadro de referência, empoderando a comunidade na avaliação da qualidade ambiental da sua região e na desocultação de possíveis causas para as alterações que se possam já, ou futuramente, verificar. Os dados recolhidos serão, mais uma vez, enviados para o Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Outra inquietação que a população vem manifestando refere-se à problemática da erosão das margens do rio Lima, que acresce às crescentes pressões antrópicas sobre os espaços naturais, à instalação local de uma zona industrial, que desde 2007 tem vindo progressivamente a aumentar a sua área de ocupação do território, e também à possibilidade da exploração de lítio na Serra de Arga, sendo que a mancha de prospeção do lítio se estende até 100 metros da margem do rio Lima. Neste contexto importa questionar: quais as consequências ambientais nefastas que daí poderão advir?

Pretende-se envolver os alunos em atividades que os incentivem a adotar um olhar crítico sobre a realidade ambiental local, em particular sobre os fatores de insustentabilidade e de degradação dos recursos naturais, focando-se na valorização dos ecossistemas ribeirinhos, na sua importância para o ciclo da água, na importância da prevenção da poluição das massas de água e na utilização sustentável da água.

O projeto “ASAS – ambientes saudáveis ampliam saberes”, através de uma abordagem STEAM, pretende contribuir para a literacia científica e tecnológica dos alunos, focando-se numa importante questão: De que modo a Escola, em articulação com a comunidade, pode monitorizar as variações da qualidade ambiental da região onde se localiza, intervindo em prol da sustentabilidade ecológica?